sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Assassin's Creed 3 Review (Spoilers free)


Por: Guilherme Müller


O quinto jogo da franquia Assassin’s Creed mudou de cenário e protagonista. Para melhor?






Terminada a saga de Altaïr Ibn-La’Ahad e Ezio Auditore da Firenze, a Ubisoft resolveu tirar a franquia da Europa e trazer para a América, durante a revolução americana. Então, mais uma vez Desmond Miles deve mergulhar nas memórias de um antepassado assassino e descobrir como salvar o mundo do apocalipse.


O assassino da vez é Connor (ou Ratonhnhaké:ton se preferir), um garoto filho de um inglês e uma nativa.


Dentro do Animus, a primeira pessoa que Desmond tem contato é o pai de Connor, Haytham Kenway, e é aí que começa o primeiro grande erro da narrativa desse game. Demora muito tempo para que o jogador finalmente controle o personagem que está na capa do jogo, e ainda assim é necessário passar, novamente, por muito tempo de tutoriais até que ele se torne finalmente um assassino.


Mas, uma coisa realmente melhorou nesse novo jogo da série. Finalmente os roteiristas aprenderam a desenvolver a história de maneira concisa. A revolução americana está bem retratada e a participação dos Assassinos e Templários muito bem encaixada. Momentos como a festa do chá de Boston são realmente memoráveis. Pena que temos um personagem principal tão fraco.



Olá, meu nome é Ratonhnhaké:ton



Connor Kenway é de longe a maior crítica que eu tenho a esse game.  Um personagem completamente unidimensional e sem nenhum carisma pra se salvar. Enquanto Ezio se mostrou muito carismático desde o início de “Assassin’s Creed 2” e Altaïr superou  o fraquíssimo “Assassin’s Creed” em “Assassin’s Creed Revelations”, o garoto indígena sofre com diálogos excessivamente sérios e muitas vezes até vagos. As muitas “voice overs” a lá Dexter, escritas de forma muito brega não ajudam nem um pouco.


Mas não é só de personagens ruins que AC3 é feito. O pai de Connor, Haytham, é muito bom. Uma mistura de seriedade e deboche faz dele um dos pontos altos do jogo. Seus diálogos são bem melhores e a relação com seu filho, desenvolvida de forma divertida.  Muitas vezes lamentei ter reclamado da demora para se jogar com Connor.


Como de costume, o novo capitula da saga, tem momentos que se passam no século 21 e mais uma vez são extremamente inferiores ao resto do game. O level design é muito ruim e os gráficos caem de qualidade inexplicavelmente. A dublagem dos “paulistas” ajuda a piorar ainda mais.


Roteiro de qualidade duvidosa a parte, “Assassin’s Creed 3” tem sim alguns pontos positivos.


Os gráficos estão mais bonitos do que nunca, as florestas e cidades são vivas como nenhum jogo da série. Os movimentos da face dos personagens estão muito realistas e com ótimas texturas.


Alguns bugs acontecem, mas não devem atrapalhar o andamento do jogo, talvez até tragam algumas risadas. O jogo roda limpo e não tem nenhum problema de queda de frame rate, o que realça a beleza das batalhas navais.








As batalhas navais são sem duvida o ponto mais alto do game. Elas são tão divertidas que você vai terminar o jogo com vontade de uma expansão só com navios. A mecânica é muito bem polida, os navios inimigos são muito inteligentes, a variedade de tipos de munição adiciona estratégia e os gráficos e áudio são de tirar o fôlego.


O combate em terra também foi muito melhorado. Tudo acontece com fluidez e em um ritmo mais frenético, você não fica apenas esperando para contra-atacar de dentro de uma roda de soldados, eles não esperam muito para atacar, fazendo assim, a formação de combos muito mais fácil e instintiva. Também, a adição de algumas “kill cams” aqui e ali fazem tudo ficar mais bonito. Inclusive quando se está jogando com Desmond.



A qualidade técnica da obra é inquestionável, mas mais uma vez, Assassin’s Creed sofre no departamento de roteiro. Dessa vez, errando em diálogos e personagens. 



Pelo menos eu finalmente entendi um final sem precisar ver um vídeo de YouTube pra me explicar.



Nota 7/10







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