Por: Guilherme
Müller
O quinto jogo da franquia Assassin’s Creed mudou de cenário
e protagonista. Para melhor?
Terminada a saga de Altaïr Ibn-La’Ahad e Ezio Auditore da Firenze, a Ubisoft resolveu tirar a
franquia da Europa e trazer para a América, durante a revolução americana.
Então, mais uma vez Desmond Miles deve mergulhar nas memórias de um antepassado
assassino e descobrir como salvar o mundo do apocalipse.
O assassino da vez é Connor (ou Ratonhnhaké:ton se preferir),
um garoto filho de um inglês e uma nativa.
Dentro
do Animus, a primeira pessoa que Desmond tem contato é o pai de Connor, Haytham
Kenway, e é aí que começa o primeiro grande erro da narrativa desse game.
Demora muito tempo para que o jogador finalmente controle o personagem que está
na capa do jogo, e ainda assim é necessário passar, novamente, por muito tempo de
tutoriais até que ele se torne finalmente um assassino.
Mas,
uma coisa realmente melhorou nesse novo jogo da série. Finalmente os
roteiristas aprenderam a desenvolver a história de maneira concisa. A revolução
americana está bem retratada e a participação dos Assassinos e Templários muito
bem encaixada. Momentos como a festa do chá de Boston são realmente memoráveis.
Pena que temos um personagem principal tão fraco.
![]() |
Olá, meu nome é Ratonhnhaké:ton |
Connor
Kenway é de longe a maior crítica que eu tenho a esse game. Um personagem completamente unidimensional e
sem nenhum carisma pra se salvar. Enquanto Ezio se mostrou muito carismático
desde o início de “Assassin’s Creed 2” e Altaïr superou o fraquíssimo “Assassin’s Creed” em
“Assassin’s Creed Revelations”, o garoto indígena sofre com diálogos
excessivamente sérios e muitas vezes até vagos. As muitas “voice overs” a lá
Dexter, escritas de forma muito brega não ajudam nem um pouco.
Mas
não é só de personagens ruins que AC3 é feito. O pai de Connor, Haytham, é muito
bom. Uma mistura de seriedade e deboche faz dele um dos pontos altos do jogo.
Seus diálogos são bem melhores e a relação com seu filho, desenvolvida de forma
divertida. Muitas vezes lamentei ter reclamado da demora para se jogar com Connor.
Como de costume, o novo capitula da saga, tem momentos que se passam no século 21 e mais uma vez são extremamente inferiores ao resto do game. O level design é muito ruim e os gráficos caem de qualidade inexplicavelmente. A dublagem dos “paulistas” ajuda a piorar ainda mais.
Roteiro
de qualidade duvidosa a parte, “Assassin’s Creed 3” tem sim alguns pontos
positivos.
Os
gráficos estão mais bonitos do que nunca, as florestas e cidades são vivas como
nenhum jogo da série. Os movimentos da face dos personagens estão muito realistas
e com ótimas texturas.
Alguns
bugs acontecem, mas não devem atrapalhar o andamento do jogo, talvez até tragam
algumas risadas. O jogo roda limpo e não tem nenhum problema de queda de frame
rate, o que realça a beleza das batalhas navais.
As
batalhas navais são sem duvida o ponto mais alto do game. Elas são tão
divertidas que você vai terminar o jogo com vontade de uma expansão só com
navios. A mecânica é muito bem polida, os navios inimigos são muito
inteligentes, a variedade de tipos de munição adiciona estratégia e os gráficos
e áudio são de tirar o fôlego.
O
combate em terra também foi muito melhorado. Tudo acontece com fluidez e em um
ritmo mais frenético, você não fica apenas esperando para contra-atacar de
dentro de uma roda de soldados, eles não esperam muito para atacar, fazendo
assim, a formação de combos muito mais fácil e instintiva. Também, a adição de
algumas “kill cams” aqui e ali fazem tudo ficar mais bonito. Inclusive quando
se está jogando com Desmond.
A
qualidade técnica da obra é inquestionável, mas mais uma vez, Assassin’s Creed
sofre no departamento de roteiro. Dessa vez, errando em diálogos e personagens.
Pelo
menos eu finalmente entendi um final sem precisar ver um vídeo de YouTube pra
me explicar.
Nota
7/10
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