Por: Guilherme Müller
A ficção cientifica é um gênero que sofre
constantemente com péssimos filmes. Bruce Willis fez parte de alguns deles,
mas, será que Looper consegue fugir dessa regra?
Em 2044, os Estados Unidos sofreu um colapso
econômico, causando uma grande degradação social e o aumento do crime
organizado. Trinta anos no futuro, a viagem no tempo foi inventada, mas foi
imediatamente proibida. No entanto, devido à tecnologia de ponta usada pela
policia, fica praticamente impossível despejar um corpo sem ser encontrado. E é
aí em que os chefões do crime resolveram usar a viajem no tempo para mandar
pessoas a 2044 para que sejam assassinadas e incineradas pelos “Loopers”. Um
Looper ganha muito dinheiro, mas já sabe desde o inicio que um dia será mandado
para o passado para ser assassinado por sua versão mais jovem, tudo isso porque
a máfia não deixa nenhuma ponta solta. Ufa! Deu pra entender?
O personagem principal é Joe, interpretado por
Joseph Gordon-Levitt (O Cavaleiro das Trevas Ressurge), que vive tranquilamente
assassinando viajantes do tempo e esperando o dia de “fechar seu loop” (por
isso o nome Looper). Quando isso finalmente acontece, ele titubeia e deixa o
velho Joe (Bruce Willis) escapar, aí começa uma caçada para matar a si mesmo
mais velho.
O velho Joe tem uma missão a cumprir no passado,
mas não irei estragar o final, caso ainda não tenha visto, pois realmente
esse filme foi uma das melhores surpresas de 2012.
Por incrível que pareça, essa é uma sinopse muito
simples, o que ajudou, e muito, para que esse filme funcionasse. A ficção
cientifica já mostrou que consegue ser muito eficiente, quando o background é o
ponto mais forte do roteiro e isso funciona muito bem em “Looper”.
Mas isso não quer dizer que só o pano de fundo
funciona. A história se desenvolve de maneira muito prática e rápida, deixando
assim, que as interpretações e a ação, carregassem o filme. O que é realmente
impressionante para um filme que envolve viagem no tempo. Nitpickers de plantão
com certeza acharão alguma coisa errada, mas isso é rebatido por Joe (o velho), quando diz que não irá perder tempo explicando tempo, porque é muito complicado. Uma saída interessante e bem humorada.
O orçamento baixo de 30 milhões de dólares se
mostra em muitas cenas em fazendas e cenários simples, mas isso funciona até
bem, dando uma identidade visual bem original à película.
Joseph Gordon-Levitt está muito bem mais uma vez,
a sua interpretação de um Bruce Willis mais novo está muito crível e em nenhum
momento dá a impressão de imitação. Algo que ajuda bastante também é o efeito
especial impressionante usado no rosto de Joseph para deixa-lo parecido com
Willis.
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Joseph Gordon-Willis |
Outro que me impressionou bastante foi o pequeno
Pierce Gagnon, interpretando Cid. Analisar a atuação de crianças é muito
difícil, mas a linhas de diálogo escritas para o garotinho eram bastante
complicadas e ele se saiu muito bem. Conseguiu até me deixar com medo certas
vezes.
O filme sofre um pouco com uma queda de ritmo na
metade da história e também com algumas escolhas estranhas no fechamento da
trama.
Outro fator do filme é a mutação que ocorreu nos
seres humanos que deu a aproximadamente 10% da população uma pequena capacidade
de fazer pequenos objetos flutuar, a chamada telecinese.
Eu não citei a telecinese na sinopse, porque ela
não faz nenhuma diferença na história, até o final. A decisão de fazer algo,
que foi ignorado por quase toda a duração do longa, importante no fechamento me
pareceu um pouco forçada.
Nota 8,5/10
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