sábado, 5 de janeiro de 2013

Looper: Assassinos do Futuro Review (Spoilers free)


Por: Guilherme Müller


A ficção cientifica é um gênero que sofre constantemente com péssimos filmes. Bruce Willis fez parte de alguns deles, mas, será que Looper consegue fugir dessa regra?






Em 2044, os Estados Unidos sofreu um colapso econômico, causando uma grande degradação social e o aumento do crime organizado. Trinta anos no futuro, a viagem no tempo foi inventada, mas foi imediatamente proibida. No entanto, devido à tecnologia de ponta usada pela policia, fica praticamente impossível despejar um corpo sem ser encontrado. E é aí em que os chefões do crime resolveram usar a viajem no tempo para mandar pessoas a 2044 para que sejam assassinadas e incineradas pelos “Loopers”. Um Looper ganha muito dinheiro, mas já sabe desde o inicio que um dia será mandado para o passado para ser assassinado por sua versão mais jovem, tudo isso porque a máfia não deixa nenhuma ponta solta. Ufa! Deu pra entender?


O personagem principal é Joe, interpretado por Joseph Gordon-Levitt (O Cavaleiro das Trevas Ressurge), que vive tranquilamente assassinando viajantes do tempo e esperando o dia de “fechar seu loop” (por isso o nome Looper). Quando isso finalmente acontece, ele titubeia e deixa o velho Joe (Bruce Willis) escapar, aí começa uma caçada para matar a si mesmo mais velho.


O velho Joe tem uma missão a cumprir no passado, mas não irei estragar o final, caso ainda não tenha visto, pois realmente esse filme foi uma das melhores surpresas de 2012.


Por incrível que pareça, essa é uma sinopse muito simples, o que ajudou, e muito, para que esse filme funcionasse. A ficção cientifica já mostrou que consegue ser muito eficiente, quando o background é o ponto mais forte do roteiro e isso funciona muito bem em “Looper”.






Mas isso não quer dizer que só o pano de fundo funciona. A história se desenvolve de maneira muito prática e rápida, deixando assim, que as interpretações e a ação, carregassem o filme. O que é realmente impressionante para um filme que envolve viagem no tempo. Nitpickers de plantão com certeza acharão alguma coisa errada, mas isso é rebatido por Joe (o velho), quando diz que não irá perder tempo explicando tempo, porque é muito complicado. Uma saída interessante e bem humorada.


O orçamento baixo de 30 milhões de dólares se mostra em muitas cenas em fazendas e cenários simples, mas isso funciona até bem, dando uma identidade visual bem original à película.


Joseph Gordon-Levitt está muito bem mais uma vez, a sua interpretação de um Bruce Willis mais novo está muito crível e em nenhum momento dá a impressão de imitação. Algo que ajuda bastante também é o efeito especial impressionante usado no rosto de Joseph para deixa-lo parecido com Willis.



Joseph Gordon-Willis


Outro que me impressionou bastante foi o pequeno Pierce Gagnon, interpretando Cid. Analisar a atuação de crianças é muito difícil, mas a linhas de diálogo escritas para o garotinho eram bastante complicadas e ele se saiu muito bem. Conseguiu até me deixar com medo certas vezes.


O filme sofre um pouco com uma queda de ritmo na metade da história e também com algumas escolhas estranhas no fechamento da trama.


Outro fator do filme é a mutação que ocorreu nos seres humanos que deu a aproximadamente 10% da população uma pequena capacidade de fazer pequenos objetos flutuar, a chamada telecinese.


Eu não citei a telecinese na sinopse, porque ela não faz nenhuma diferença na história, até o final. A decisão de fazer algo, que foi ignorado por quase toda a duração do longa, importante no fechamento me pareceu um pouco forçada.






 Uma boa ficção cientifica original é muito difícil de aparecer, mas Looper consegue impressionar com um interessantíssimo background e boas atuações.


Nota 8,5/10


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